O governo federal correu para antecipar a publicação da MP da Reforma do Setor Elétrico (que ocorreria dia 28), para tentar conter o dano na comunicação de que estaria prejudicando a classe média.
Em entrevista coletiva, Alexandre Silveira (MME) disse que poderá corrigir incentivos dados a geradores, de descontos dos custos de transmissão, para realocar dentro da CDE benefícios para atender o consumidor de baixa tensão (a classe média). Com isso, ganhou tempo, mas terá de enfrentar no Congresso a resistência de quem já tem benefício, como os grandes consumidores industriais, que não vão aceitar ficar com a conta – ainda mais se perderem também em outros pontos, como nos jabutis das eólicas offshore (que aumentam a CDE).
A indústria já avalia que seus custos de energia estão altos demais, e vão se voltar ao Congresso para tentar reduzir os danos.
O beneficio para os mais pobres certamente será aprovado, mas, a exemplo da isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000, a questão é saber para quem empurrar a conta. E, no caso da energia, se a conta for para as grandes indústrias, o valor será repassado para a classe média.
Sidônio vai ter que saber embalar bem o “presente”.
Equipe BAF – Direto de São Paulo
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