A senadora Simone Tebet (MDB) tem escalado nas críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A crítica é em duas vertentes: Guedes fala mais do que entrega e não segue o modelo liberal que ela defende. Na sexta-feira, ela disse que o liberalismo do ministro era exagerado, um “liberalismo desumano”. Ontem, na GloboNews, chegou a dizer que o ministro nem era um liberal. Tebet quer se aproximar dos brasileiros e, sobretudo, das brasileiras com um discurso social, em que cabe pesada crítica à política econômica. Também quer se mostrar rigorosa, apontando para a quebra do teto de gastos do governo Bolsonaro. Fruto de um Estado calcado no agronegócio, a senadora tenta equilibrar duas bandejas que, historicamente, não são tratadas de forma equivalente no Brasil. É um discurso difícil. Enquanto Lula fala em obter dinheiro com o crescimento econômico que seria magicamente instalado no Brasil, Tebet diz que esse abismo entre Orçamento e programas sociais será sanado com uma Reforma Tributária que impulsione o crescimento, desonerando de forma definitiva todos os empresários do setor produtivo. Defende algo como um social-liberalismo. Quer menos intervenção e custos impostos pelo Estado, mas sem privatizar a Petrobras. Mais programas sociais, mas sem alterar a linha político-econômica.
Tatiana Farah – Direto de São Paulo