A senadora Simone Tebet teve de vencer batalhas quase diárias para se manter candidata. Seu nome surgiu em meio à guerra fratricida do PSDB, mas foi torpedeado pela ala lulista do MDB. O presidente da legenda, Baleia Rossi, bateu o pé com a estimativa de que Tebet chegaria ao menos a repetir a performance de Henrique Meirelles em 2018. Para uma senadora jovem do Mato Grosso do Sul, já seria de bom tamanho. Em fim de mandato, Tebet também não tinha grandes chances de disputar o governo e o Senado em seu Estado. Topou a disputa. Muitos dirigentes do MDB que sequer tinham proximidade com ela se surpreenderam com seu desempenho. A meta nos bastidores da campanha mudou: a ideia era superar o eleitorado de Ciro Gomes. Ontem, no debate, ela deu mais um passo nessa direção. Sua desenvoltura em criticar Lula sem ofendê-lo rendeu elogios até no entorno petista. Tebet deixou as portas abertas para compor um eventual palanque com o PT no segundo turno, o que ela teria mais dificuldade de fazer, ou integrar um governo petista, o que seria mais fácil para ela. Tebet pode ter muitas chances de futuro, mas depende também do espaço que o MDB dará a ela e seu maior desafio é manter-se presente na política sem exercer um mandato.
Tatiana Farah – Direto de São Paulo