Se o presidente Jair Bolsonaro seguir as recomendações do comando da campanha e atender as orientações dos estrategistas do núcleo político, como vem sendo conversado, não haverá grandes polêmicas no seu discurso para a convenção do PL, marcada para domingo. O roteiro a ser seguido tem como base o discurso feito no Congresso, na quinta-feira passada, durante a promulgação da PEC das Bondades. Naquele dia, Bolsonaro seguiu o script político, como foi combinado, lendo o discurso, com pequenos e inocentes improvisos. Todos rezam para que o feito se repita. Para o próximo domingo, quando será aclamado como candidato à reeleição, a ideia é que Bolsonaro exalte o país que está saindo da crise mesmo com pandemia e guerra, com redução da inflação e do preço da gasolina, “graças aos esforços do seu governo e com apoio do Congresso”. Deverá falar da redução do desemprego e do preço da energia, do aumento do Auxílio Brasil, do vale gás e dos novos benefícios para caminhoneiros e taxistas, lembrando que somente em 2020, primeiro ano da pandemia, o gasto com o programa de atendimento a famílias carentes equivaleu a 15 anos de Bolsa Família. Ressaltará que tudo foi feito “com respeito” ao teto de gastos, que o governo continuará cumprindo. Vai mostrar ainda obras importantes e reiterar que seu governo fez tudo isso. Atacar as práticas do PT e de Lula, também deverá entrar no roteiro. Bolsonaro, que deverá estar ao lado de Michele, irá dedicar parte da fala às mulheres, tentando reduzir a rejeição desta parte do eleitorado a ele, apresentando números dos benefícios dados diretamente a elas. Também citará a presidente da CEF, recém nomeada, sem falar do escândalo de Pedro Guimarães, claro. O roteiro foi traçado, mas ainda será aperfeiçoado até domingo. Na proposta original, o presidente não cita problemas nas urnas eletrônicas ou faz ataques ao Judiciário. Resta saber se ele cumprirá o script desenhado, sem improvisos explosivos.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília