A disputa entre o comando político da campanha e o grupo mais ideológico, que tem entre seus destaques o vereador Carlos Bolsonaro, foi, em grande parte, responsável pelas idas e vindas das últimas 24 horas sobre a participação ou não do presidente na sabatina do Jornal Nacional. O pragmatismo, no entanto, decidiu pelo comparecimento aos estúdios da Globo. Bolsonaro foi convencido pela ala política de que, quem está atrás nas pesquisas, não pode se dar ao luxo de perder a oportunidade de aparecer ao vivo na principal emissora de TV do país, para dezenas de milhões de eleitores. A ala ideológica, no entanto, insistia que nas reeleições dos ex-presidentes Dilma e Lula as entrevistas foram no Alvorada e que o JN vai colocar várias armadilhas para Bolsonaro. Esse grupo queria tentar reverter o local da entrevista com a direção da empresa, o que provocou confusão nas mídias sociais. Depois de muitas negociações, ficou acertada a ida, dia 22, ao Rio de Janeiro. Bolsonaro, no entanto, é uma caixinha de surpresas e tudo pode, novamente, ser alterado.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília