Conselheiros da campanha Lula-Alckmin revelam que o programa de refinanciamento de dívidas das pessoas físicas, chamado Desenrola, está longe de ter seu desenho decidido. Uma vertente é a da dívida bancária e a outra é a das contas de consumo, como as de água e energia, por exemplo. O que se discute sobre dívida bancária é criar um incentivo para que as instituições refinanciem passivos de pessoas físicas por meio da redução de depósitos compulsórios ou mitigação de risco por meio de fundos garantidores. No caso dos compulsórios, há pouco ou nenhum espaço porque o nível dessas obrigações já está baixo. Na vertente das dívidas de contas de consumo, a discussão está atrasada porque há resistência à ideia de o Tesouro assumir risco de pessoas físicas. Uma alternativa é a de usar o sistema bancário para o refinanciamento. O Tesouro poderia dividir risco com as instituições financeiras que têm experiência com o atendimento desse tipo de cliente. Em termos gerais, o Desenrola usaria a experiência do apoio financeiro e de crédito que existe para microempreendedoras e pequenas empresas.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília