Embora tenha menosprezado a organização das manifestações previstas para hoje em São Paulo e a carta em defesa da democracia (assinada por mais de 800 mil pessoas), o governo e a equipe de campanha de Jair Bolsonaro estarão o dia inteiro acompanhando, com lupa, os acontecimentos na capital paulista. O tamanho da mobilização dará o tom de como a campanha vai lidar com esses protestos. Neste 11 de agosto, de acordo com a agenda oficial divulgada pela Presidência, Bolsonaro passará o dia no Planalto com compromissos burocráticos. A primeira agenda está prevista para 10h30, com o ministro da Justiça, Anderson Torres. Em seguida, às 11h, Bolsonaro receberá o ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, responsável pela organização dos pagamentos de vários benefícios do governo, como o Auxílio Brasil. À tarde, se reunirá com o seu assessor jurídico, Renato França, e com o ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida. O último compromisso previsto é a participação, por videoconferência, de um seminário sobre 5G, que está sendo realizado na capital paulista. A princípio, o presidente estaria presente neste compromisso pessoalmente. Depois do cancelamento de sua ida à Fiesp e ao jantar com o Grupo Esfera, Bolsonaro foi aconselhado a não viajar para São Paulo hoje. O governo também pensou em fazer uma solenidade como contraponto, para produzir notícia positiva, mas acabou não batendo martelo com isso. A conduta do presidente no resto do dia dependerá de avaliações políticas.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília