Entre os interlocutores do presidente, a situação crítica enfrentada pelo que chamam de pretenso pré-candidato ao Planalto, João Doria, é resultado do velho ditado: quem planta vento, colhe tempestade. No Planalto, a avaliação é de que Doria “traiu” Bolsonaro, “pintou e bordou” com o PSDB e até com Geraldo Alckmin, que acabou saindo do partido e se tornando vice de Lula. Agora, está recebendo o troco de todos, que não querem qualquer vinculação com ele, inclusive o atual governador Rodrigo Garcia, amargando o desprezível porcentual de 1% nas pesquisas. Para o Planalto, o maior problema de Doria foi a chegada de Tarcísio de Freitas para concorrer ao governo de São Paulo. A presença de Tarcísio na disputa, considerada forte pelos bolsonaristas, acabou com a tradicional polarização no Estado entre PT e PSDB. Acabou também, no entendimento do governo, com os planos de Doria, que ficou sem palanque e sem apoio de seu partido e de seu vice. Tudo isso, avaliam, é resultado de Doria ter atropelado tudo e todos quando tinha poder e agora, acreditam que ele caminha para o ostracismo político.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília