Apesar da expectativa no governo com o encontro do presidente Jair Bolsonaro e os embaixadores, a equipe de campanha não apoia a realização desse encontro. Importantes personagens da campanha, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, repudiam essa movimentação de Bolsonaro e a insistência no discurso de desconfiança das urnas. Para este segmento da campanha, o momento é de buscar votos e falar da possibilidade de fraude em urnas eletrônicas só interessa à bolha bolsonarista, não agrega votos. A ala moderada da população não está interessada em discussão sobre urna eletrônica e o presidente não consegue se desvencilhar desta narrativa, apesar das advertências dos principais aliados políticos. Para o pessoal da campanha, o presidente insistir neste tema só o atrapalha.
Mesmo considerando que seja ponto positivo para Bolsonaro conseguir levar à reunião representantes dos Estados Unidos e França, integrantes da campanha ressaltam que o melhor para a reeleição do presidente era deixar de lado este incômodo tema, assim como as picuinhas com o Poder Judiciário, particularmente com os ministros do STF. O argumento é o de sempre: essa polêmica afasta potenciais eleitores indecisos que não gostam do questionamento das urnas e nem das “brigas desnecessárias”.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília