Embora dentro da campanha do presidente Jair Bolsonaro exista quem tenha criticado o seu comportamento em Londres, no cômputo geral governista a avaliação é de que tudo o que ele fez foi mensurado politicamente. Os principais interlocutores do presidente consideram que todas as ações do presidente na viagem estavam no pacote e fazem parte do contexto da polarização. Avaliam que ele fez o que qualquer presidente-candidato faria. E que todo momento que ele puder usar em seu favor vai usar, não só em relação à Londres, como a segunda etapa em Nova York, com a ida à ONU. Interlocutores do presidente disseram que se quiserem “censurar” as imagens dele em Londres nos programas eleitorais, o efeito que a campanha queria já terá surtido. Lembram que este foi um acontecimento mundial, retratado por toda a imprensa nacional e internacional e Bolsonaro estava lá ao lado do rei Charles, no velório da Rainha Elizabeth, e que é isso que importa. Estes mesmos auxiliares afirmam que nenhuma estrutura foi colocada à disposição dele como candidato, mas sim como presidente da República. As críticas, insistem os auxiliares, fazem parte da narrativa permanente da mídia contra ele e da oposição, o que pouco importa. A avaliação da campanha é que essas imagens do presidente em Londres com o Rei ajudam a trazer simpatia e possivelmente votos, principalmente entre as camadas mais carentes da sociedade. Entendem que serve também para mexer com indecisos porque responde às críticas de que estaria isolado do mundo e as imagens provariam que ela não está excluído de nada.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília