O presidente Jair Bolsonaro promete para amanhã (22) o anúncio de 22 medidas a serem adotadas em seu novo governo, se for reeleito. Além de criar fato novo e provocar a campanha alheia, já que os programas apresentados pelos dois candidatos foram bem genéricos, o presidente quer aproveitar esse pacote para mostrar reação com propostas reais a temas que receberam críticas ou que não constavam do projeto inicial. Com isso, reforçaria, por exemplo, a garantia do aumento real do salário-mínimo e dos servidores públicos. Essas são bandeiras tradicionais do PT. A ideia preliminar do programa das 22 medidas, que chegou a ser anunciado no início da semana, era focar na segurança e na educação, com proposta de votação da redução da maioridade penal ou de implantação de escola integral, além do 13º para mulheres que recebem o Auxílio Brasil, a partir do ano que vem. Mas as propostas estão sendo adaptadas para contemplar pontos considerados fracos ou ausentes do programa que foram atacadas pela oposição, como reajuste do mínimo e a garantia de orçamento para Farmácia Popular. O momento de apresentação desse pacote, no entanto, está sendo questionado por uma ala da campanha bolsonarista. Esse segmento defende que o programa seja uma espécie de cartada final a ser apresentada na véspera do pleito e não agora, para que não haja tempo de contra-ataque dos petistas.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília
Foto: Alan Santos