A rodada de jantares de Lula-Alckmin com empresários e agentes do mercado tem como objetivo fazer com que o ex-presidente e o vice sejam ouvidos e consigam, com suas próprias palavras, afastar a avalanche de “maluquices”, segundo um auxiliar, acumulada em quase uma década de predomínio do anti-petismo. Nas conversas, Lula tem feito com que os donos do dinheiro se lembrem de como foi a realidade de seus governos, com responsabilidade fiscal e respeito a contratos, e tentem esquecer da narrativa criada por seus adversários nos últimos anos, que o associa ao comunismo e ao radicalismo de esquerda. Além disso, o petista tem aproveitado para demonstrar afinidade com Alckmin e ressaltar o papel de protagonismo que o ex-governador terá caso sejam eleitos. “Alckmin vai participar de todas as decisões do governo”, disse Lula, segundo relatos, no jantar promovido por juristas, no domingo. “Somos um casal”, reforçou o petista na terça-feira, no apartamento de Sergio Renot. Nestes encontros, Alckmin faz relatos pormenorizados, bem ao seu estilo, sobre as políticas econômicas e sociais desde FHC até Lula, reforçando que tudo foi feito cumprindo metas de inflação e reduzindo a dívida pública. Segundo relatos, a estratégia tem dado resultados e a dupla tem ouvido elogios aos seus governos e críticas a Bolsonaro.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo