O presidente Bolsonaro conseguiu emparedar a oposição – PT e Simone Tebet à frente –, ao aprovar ontem a PEC 01/2022, que criou um estado de emergência questionável para permitir ao governo gastar mais de R$ 40 bilhões até o fim do ano e faltando três meses para as eleições. Para disfarçar o cheque em branco que colocou nas mãos do presidente, o PT fez uma publicação no Twitter destacando, com foto, seus sete senadores e dizendo que eles impediram que o governo fosse autorizado a usar dinheiro público sem qualquer restrição. Ser contrário a medidas popularescas em época de eleição é difícil, mas a conta virá nas próximas pesquisas que, certamente, demonstrarão a recuperação da popularidade do presidente quando o aumento do Auxílio Brasil começar a surtir efeito, e os caminhoneiros e taxistas receberem seu voucher para abastecer. O mais grave é o precedente que se abriu com o estado de emergência fictício. Qualquer governante de plantão poderá apelar para a mesma situação para garantir sua reeleição.
Chico de Gois – Direto de Brasília