À beira da eleição, os candidatos da chamada terceira via apresentam comportamentos diferentes em relação ao favorito das pesquisas, Lula. O petista vai enfrentar mais fogo amigo, inclusive do cobiçado MDB. O tom de Tebet, no entanto, é bem mais ameno do que a ferocidade exibida por Ciro Gomes. Enquanto Ciro acusa o PT de fascismo de esquerda e roubalheira, Tebet diz que o petista, se eleito, gostaria de se perpetuar no poder, como um Peron. A campanha de voto útil dos petistas incomodou líderes do PDT e do MDB, mas vai seguir forte para tentar encerrar a eleição no primeiro turno. Já Soraya Thronicke desenha sua estratégia de independência para ter presença no Senado (diferentemente de Tebet, ela tem mais 4 anos de mandato). Antipetista, seu desafio é conseguir ser uma voz de oposição fora do bolsonarismo em um eventual governo do PT. Já seu partido pode correr para os dois lados num eventual segundo turno. De todo modo, caso decida participar do debate de sábado, Lula andará sobre um campo minado e não poderá prestar atenção apenas em Bolsonaro.
Tatiana Farah – Direto de São Paulo