Apesar da pressão dos caminhoneiros, com fechamento de várias estradas no país e até chamamento para que as Forças Armadas atuem contra o resultado das eleições, essa possibilidade não existe. Os comandantes das três Forças estão acompanhando a situação à distância e se reuniram com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio, para conversar sobre a questão política em geral, sem qualquer interferência ou possibilidade de manifestação. Militares ouvidos pelo BAF lamentaram a derrota de Bolsonaro, mas apenas do ponto de vista pessoal. Isso não tem relação com a questão funcional. Não está descartado que o presidente Bolsonaro chame os comandantes ao Planalto para conversar ou vá até o Ministério da Defesa. Este tem sido um comportamento corriqueiro do presidente, que gosta de se cercar dos comandantes para dar demonstrações de força política e apoio dos militares. Mas, longe disso significar qualquer tipo de interferência desse segmento. O presidente permanece no Planalto, reunido com os ministros da casa, que incluem os generais Augusto Heleno e Luiz Ramos. Mas eles não têm qualquer vinculação com os comandos militares. São da reserva, sem interferência nas forças.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília
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