Um interlocutor de Lula disse ter ouvido do próprio ex-presidente alguns dias antes do embarque para a Europa que a chapa com Alckmin foi “uma tentativa que não deu certo”, mas quanto mais tempo durarem as especulações, melhor. “Vou surfar essa onda”, teria dito o petista. Segundo o interlocutor, o balão de ensaio é bom tanto para Lula, que reforça a imagem de moderação junto ao eleitorado de centro, quanto para Alckmin, que volta a ter presença no debate político nacional depois do fiasco na eleição de 2018 e de perder o controle do partido para Doria, mas a chapa tem poucas chances de prosperar. A direção petista também não trabalha com a hipótese de Lula abrir mão da candidatura em nome de Haddad, a não ser que aconteça um fato muito grave nos próximos meses. O ex-presidente só não assumiu ainda a pré-candidatura por dois motivos: evitar punições da Justiça Eleitoral por campanha antecipada e protelar ao máximo a exposição como candidato que inevitavelmente traria ataques, desgaste e oscilação nas pesquisas.
Ricardo Galhardo – Direto de Brasília
