Lula fez sua jogada mais arriscada até agora ao se reunir com lideranças do MDB que representam 11 Estados, além das bancadas na Câmara e no Senado. A reunião aumenta a pressão para que Simone Tebet retire sua candidatura e, caso naufrague, pode deixar sequelas entre Lula e a cúpula do MDB. Hoje o MDB divulgou manifesto com os diretórios que apoiam a senadora. O foco de Lula, no entanto, não é apenas o partido de Tebet. Até porque a maioria dos emedebistas que estiveram ontem em São Paulo já haviam, em alguma medida, sinalizado apoio ao petista. O PT quer evitar que Tasso Jereissati assuma o posto de vice da senadora. Assim, espera trazer para o palanque, ainda antes do início formal da campanha no primeiro turno, tucanos históricos como Tasso e Fernando Henrique Cardoso, o que seria impossível com o cearense na vice. O sonho dourado de alguns petistas é dar largada na campanha oficial, no dia 25 de agosto, com um palanque formado por Lula, Alckmin, FHC e José Sarney, consolidando o caráter de frente ampla que o petista espera imprimir à sua candidatura. A estratégia esbarra na cúpula do MDB e em setores do partido ligados a Bolsonaro. Michel Temer será ouvido, mas ainda causa incômodos ao PT. Indagada sobre o assunto ontem, Gleisi Hoffman se limitou a dizer que o diálogo com o ex-presidente e ex-vice de Dilma será conduzido pelos próprios emedebistas.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo