Definida a eleição, o presidente Lula terá de se dedicar rapidamente à tramitação do projeto de lei orçamentária de 2023. Será preciso negociar com os parlamentares, muitos em fim de mandato e que fracassaram na tentativa de se reeleger. Um ponto positivo, aparentemente, será a atuação do relator-geral do PLOA 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), aliado do petista há bastante tempo. No Congresso, há uma escalada na ocupação de espaço orçamentário, o que pressiona o Executivo e mantém viva a possibilidade de as emendas do relator serem obrigatórias. Uma primeira tentativa fracassou, mas a proposta pode voltar no ano que vem. No âmbito fiscal, Lula terá de dar sinais em pouco tempo sobre a escolha do seu ministro da Fazenda, já que há autonomia operacional do Banco Central com Roberto Campos Neto no comando. A cobrança por uma âncora sustentável que substitua o teto de gastos é essencial para acomodar as promessas da campanha como, por exemplo, Auxílio Brasil de R$ 600, correção da tabela do Imposto de Renda, ganho real para o salário-mínimo e reajuste para funcionários públicos.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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