As próximas atitudes do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) vão indicar o risco que corre a Lei das Estatais, em vigor desde junho de 2016 para frear o uso político de empresas controladas pelos governos. Essas normas já estariam revogadas se fossem considerados apenas os comentários públicos de Bolsonaro, Lira e do ministro da Casa Civil Ciro Nogueira desde que a Petrobras seguiu sua política de preços e anunciou mais um aumento dos combustíveis na sexta-feira. O que os executivos e conselheiros da estatal fizeram desgastou o candidato à reeleição e todos os que apostam em mais um mandato de Bolsonaro. Para piorar, ofuscou o discurso de culpar governadores e o ICMS pelos preços. A agressividade da campanha da reeleição de Bolsonaro e dos seus avalistas do Centrão se volta contra a Petrobras, que pode enfrentar uma imprevisível CPI no Congresso e elevação da tributação. O quadro pode se deteriorar ainda mais se os empresários das transportadoras repetirem o que fizeram em 2018 com o lockout apelidado de “greve dos caminhoneiros”. Em meio à toda essa turbulência, segue a agenda da privatização da Petrobras.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília