Gilberto Kassab largou na corrida eleitoral como o grande favorito no papel de articulador dos bastidores. Há um mês das convenções, sofre o revés de quem aguardou demais para se posicionar. Kassab tentou levar para o PSD Geraldo Alckmin e Eduardo Leite, quis ser vice de Lula mas não conseguiu. Alckmin preferiu o PSB de Márcio França e os socialistas foram alçados à vice-presidência na chapa petista. Eduardo Leite, como se sabe, ameaçou mas não deixou o PSDB. Dos tucanos, sobrou para Kassab o então prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth, a quem prometeu a vaga de candidato a governador, mas pode não entregar. Os primeiros sinais de fragilidade surgiram em Minas, onde Kassab tentou impor a aliança de Alexandre Kallil com o PT, mas foi derrotado por Alexandre Silveira. Tucanos e petistas disputaram com vontade o apoio do PSD, sobretudo em São Paulo, mas, embora não declare ainda, a tendência do ex-ministro do governo petista é apoiar o bolsonarista Tarcísio de Freitas, candidato de Bolsonaro, a quem Kassab criticou ao longo de meses. Como estratégia, Kassab espera aumentar sua bancada federal com o enfrentamento ao monopólio tucano em São Paulo. Os dados ainda estão rolando, mas o grande assunto hoje no meio político é que o gênio da lâmpada terá que se contentar em ser suplente de José Luiz Datena na disputa pelo Senado.
Tatiana Farah e Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo