A falta de apoio do governador Rodrigo Garcia pesou na decisão de João Doria para deixar a corrida presidencial. Doria ficou desassistido no Estado que governou e, mesmo que ganhasse a batalha interna, não teria amparo nos Estados para fazer sua candidatura crescer. Mas foi ontem à noite que ele bateu o martelo. Seu irmão, Raul Doria, foi uma das pessoas que ajudaram na construção do discurso de desistência, que o tucano leu pelo teleprompter no auditório do que seria seu comitê de campanha, na Avenida Brasil. O texto foi escrito pelo publicitário Lula Guimarães, contratado para a campanha, ao longo da madrugada. Desde as primeiras palavras, a mulher de Doria, Bia, estava emocionada. Ela não era favorável à disputa. Doria, que chorou no final do discurso, disse que quer preservar a família. O tom era de despedida da política, mas Bruno Araújo, um dos artífices da queda do paulista, disse que, como esse gesto, Doria pode fazer o que quiser no PSDB, inclusive ser candidato ao Senado. O que ele queria, no entanto, não conseguiu.
Tatiana Farah – Direto de São Paulo