O BNDES não terá mais como função, num eventual novo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alocar recursos nas grandes corporações para se tornem campeãs nacionais. O próprio Lula tem repetido isso em algumas entrevistas e encontros com empresários. As diretrizes do programa de governo da chapa Lula-Alckmin, divulgadas na semana passada, faz apenas uma menção ao BNDES, e não de forma particularizada. Está no item 80 do texto: “Fortaleceremos também os bancos públicos – como BB, CEF, BNDES, BNB, BASA e a Finep – em sua missão de fomento ao desenvolvimento econômico, social e ambiental e na oferta de crédito a longo prazo e garantias em projetos estruturantes, compromissados com a sustentabilidade financeira dessas operações”. Durante a gestão petista, o papel do BNDES foi fortemente criticado e, inclusive, o banco foi alvo de uma CPI na Câmara por financiar obras de construtoras brasileiras em países como Cuba e Venezuela – o relatório final da comissão propôs 52 indiciamentos. Agora, pelo menos por enquanto, esse assunto não está em discussão. O documento apresentado foi chancelado pelos sete partidos que apoiam a chapa Lula-Alckmin, mas ainda sofrerão modificações, uma vez que o coordenador do programa de governo do PT, Aloizio Mercadante, ainda receberá contribuições de entidades, filiados e de vários setores. A ideia é concluir o texto em agosto.
Chico de Gois – Direto de Brasília