Apesar da tensão que cercou toda a sabatina, a equipe de campanha que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro considerou que ele se saiu bem na entrevista no Jornal Nacional. Primeiro porque o “homem truculento e mal-educado” não estava ali presente. O presidente não foi rude em nenhum momento com os entrevistadores e respondeu às perguntas, mesmo que tergiversando, com tranquilidade. Apesar de toda a pressão, que poderia levá-lo a perder a cabeça, Bolsonaro se manteve sereno e reagiu bem aos questionamentos. No início da entrevista, houve um pouco de temor quando os entrevistadores insistiam na questão das urnas e Bolsonaro parecia que ia perder a paciência e encerrou o tema dizendo: vamos botar um ponto final nisso. Depois, no entanto, conseguiu se controlar e não voltou a demonstrar impaciência. No entanto, na avaliação desses interlocutores, os entrevistadores “passaram do ponto”. Acham também que esse comportamento acabou contado a favor do presidente. De acordo com assessores presidenciais, os apresentadores tiveram um comportamento inapropriado, “debochado” e “arrogante”. A expectativa agora é pelo que virá pela frente e os reflexos disso nas pesquisas. Ninguém sabia exatamente como seria. Entendem que não houve o pior, mas admitem que ele não conseguiu falar para fora da bolha, como desejava. O que contou negativamente para o presidente é que ele, em alguns momentos, demonstrou estar na defensiva. Além disso, não conseguiu usar o tempo a seu favor para apresentar propostas, falar de economia, atacar Lula ou dar recado para as mulheres e classes mais baixas.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília