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Doria: de gestor a consultor

João Doria entregou hoje sua carta de desfiliação do PSDB. É uma despedida não só dos tucanos que restaram no Estado, mas da política. No dia 7 passado, ele abriu uma firma de consultoria na Faria Lima: D. Advisors Ltda. O capital social é modesto para um milionário que foi governador e prefeito: R$ 10 mil. Mas o impressionante da carreira meteórica de Doria pela política foi o estrago que causou a si mesmo e ajudou a causar no PSDB. Dono do Lide e pai do Cansei, filiado ao PSDB desde 2000, Doria entrou com tudo para a disputa municipal em 2016. Foi mais fácil o “gestor” ganhar do PT no primeiro turno do que internamente. A pré-eleição foi devastadora para o PSDB municipal, com cenas dantescas de brigas na rua. Coisa que o tucanato do Higienópolis jamais imaginou. O então prefeito havia inaugurado no partido um estilo de fazer valer sua vontade. Dois anos depois, Doria atropelou a ala alckmista e se fez candidato ao governo. Na onda ascendente de Bolsonaro, emplacou um Bolso-Doria até com camisetas que, na crise da pandemia, ficaram bem escondidas nas gavetas do Bandeirantes. Doria quis passar o mesmo trator para se sagrar candidato a presidente, mas já havia amealhado tantos e tão poderosos desafetos, como Aécio Neves, que acabou deixando tudo para trás. Sua carta de despedida do PSDB, pelo menos por enquanto, é uma despedida também da política. Ele não segue para nenhum partido.

Tatiana Farah – Direto de São Paulo

Foto: Divulgação, Governo de São Paulo

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