Em mais uma demonstração de que está longe de chegar ao fim a guerra entre o Ministério da Defesa e a Justiça Eleitoral, o ministro Paulo Sérgio Nogueira encaminhou hoje mais dois ofícios ao presidente do TSE, Edson Fachin. Além de cobrar respostas sobre “informações técnicas preparatórias com o objetivo de viabilizar os trabalhos da Equipe das Forças Armadas de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação”, ele pede acesso ao código fonte do sistema eleitoral, que tem por objetivo testar a tecnologia usada nas urnas. Paulo Sérgio pede ainda que as respostas e os dados precisam ser repassados rapidamente até 12 de agosto ao MD, porque o prazo para as eleições é “exíguo”. O problema é que esse gesto não veio sozinho. Mais cedo, o presidente Bolsonaro fez novos ataques a ministros do STF. Um integrante da campanha disse que esse embate não é prioritário para eles. Para este interlocutor, a preocupação da equipe é com outras questões, como a preparação para o anúncio do pagamento do Auxílio Brasil e outros benefícios, previstos para o dia 9 de agosto. A avaliação é de que esses ofícios e as declarações do presidente fazem parte da retórica do governo de manter a tensão permanente com a Justiça eleitoral e o STF. A equipe de campanha espera, no entanto, que o presidente não reverbere o ato do ministro e não reabra uma nova frente de batalha com o TSE. O problema é que os novos ataques aos ministros do Supremo podem reabrir as feridas entre a Justiça e o Planalto e essa polêmica não interessa à campanha. Será mais um problema a ser administrado.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília