Focado na busca por acordos, a campanha bolsonarista não parou ainda para discutir efetivamente se há estragos ou se deve responder ao movimento da ministra Cármen Lúcia, do STF, no processo que investiga denúncia de corrupção no Ministério da Educação. Mesmo o presidente dizendo que não tem nada a ver com o caso, acusações deste tipo contra Bolsonaro e seu governo, neste momento, podem trazer prejuízos eleitorais, avaliam algumas fontes. Há integrantes na campanha que minimizaram o caso. Estes integrantes acreditam que a narrativa “é velha” e que já foi precificada. Lembram ainda que “a população já sabe” que a nova ação da ministra faz parte da “guerra do Judiciário contra Bolsonaro”. E se, por acaso, o assunto vier à tona em debate ou sabatina, Bolsonaro já tem a resposta na ponta da língua: que Cármen é a mesma que foi nomeada por Lula para o STF e depois votou para anular seu processo de corrupção. Ainda assim, há quem aposte que qualquer tentativa de envolver o presidente é ruim. Neste caso, o problema é considerado duplo porque atinge não só o presidente, mas os evangélicos, um de seus principais pilares na campanha.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília