O grande esforço do pessoal de campanha esta semana será convencer o presidente Bolsonaro a reduzir a radicalização do seu discurso, principalmente depois da morte do petista em Curitiba por um bolsonarista. A palavra de ordem, de acordo com interlocutores do presidente, é “pacificação”. A avaliação é de que Bolsonaro tem de falar para fora da bolha e tentar reduzir a sua rejeição, conseguindo atrair os indecisos. Quando ele acirra a polêmica, afasta o eleitor moderado que não quer a volta do Lula, mas não quer o radicalismo. Para estes assessores da campanha, o presidente precisa se convencer de que o momento é de trabalhar para reduzir a sua rejeição e isso passa pelo fim do discurso radical, que só interessa à bolha. A equipe de campanha defende que o presidente saia em defesa da pacificação na eleição. Esta tem sido até mesmo a fala de integrantes do PL, que acham que o presidente está jogando errado quando estimula o confronto entre petistas e bolsonaristas. A semana era para ser de coroação das últimas vitórias políticas, com a aprovação da PEC das Bondades esta semana. A campanha, no entanto, acabou atropelada pela morte do petista e, para amenizar um pouco isso, só pregando o fim da violência e dos enfrentamentos. Há quem entenda que era o momento de se propor que os líderes dos três Poderes se unissem e propusessem esse apaziguamento dos ânimos. Mas convencer Bolsonaro disso é difícil.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília