Uma reunião de emergência foi convocada no Palácio da Alvorada para discutir os estragos que podem ser provocados na campanha de Jair Bolsonaro com a decisão do TSE de suspender 184 inserções, de 30 segundos cada, até o dia 28 de outubro. Há prejuízo porque esses spots pegam o espectador de surpresa e servem para alertar o eleitorado, dando rápidos recados que consideram fundamentais, e servem para diminuir a rejeição do candidato. Mas, por outro lado, reforça o discurso do presidente de que o TSE tem lado, “está beneficiando o ex-presidente desde o início” e promovendo a “censura” em emissoras no País. A primeira decisão do encontro é de recorrer. Além disso, segundo a campanha, até que os recursos sejam julgados, as inserções continuam no ar. A campanha decidiu usar suas redes sociais, WhatsApp e todos os meios para “mostrar” que a Justiça Eleitoral está fazendo de Bolsonaro uma vítima. A estratégia de vitimização foi adiantada pelo BAF. Pelos números de hoje, até o encerramento da campanha, Bolsonaro teria direito a 225 inserções, sendo 25 por dia. Com a decisão do TSE, a campanha bolsonarista perde 184 spots, por um lado, mas ganha 14 por outro, que foram decisões favoráveis ao presidente. Com isso, Lula terá agora 395 inserções e Bolsonaro apenas 55.Até que as punições entrem em vigor, está mantida a retórica de perseguição e censura, que é considerado na campanha um discurso bom. Com o passar dos dias, os bolsonaristas acreditam que conseguirão mais vitórias.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília
Foto: Alan Santos, PR