O presidente Jair Bolsonaro está se vendo quase que em um “beco sem saída” com a situação de nova subida do preço do petróleo no mercado internacional. Ele considera que há pouco empenho do Senado para apressar a votação do teto para o ICMS dos combustíveis. Bolsonaro desabafou a aliados que o preço dos combustíveis pode lhe retirar a reeleição e busca, desesperadamente, alguma saída para evitar isso. No momento, a esperança é que esse teto do ICMS reduza o preço de imediato nos combustíveis. “Nós amparamos os Estados e eles, agora com os cofres abarrotados, nos viram as costas”, voltou a se queixar o presidente a aliados. Enquanto aguarda o que pode vir pela frente, tem lhe restado esbravejar, como fez ontem, e avisou que vai repetir hoje, nos dois discursos que fará durante as viagens a Jataí, Goiás, e em Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia. A possibilidade de ajudas pontuais a categorias, como caminhoneiros e motoristas de aplicativos, segundo aliados, teriam de vir do Congresso, mas com receitas definidas. A alta dos combustíveis, a inflação e o desemprego estão deixando “arrepiados” assessores palacianos. E cada vez mais estão se convencendo que, se não conseguirem melhorar o quadro econômico, dando uma sensação de recuperação e esperança à população, podem enfrentar muitas dificuldades eleitorais. Mesmo com discursos prontos, alegando que a culpa é do PT – que “roubou” a Petrobras lá atrás” – e as consequências chegaram, temem que isso não seja suficiente para convencer os eleitores. O problema, adverte um dos auxiliares, é que essa sensação ruim da economia está vindo em um momento em que as pesquisas insistem em mostrar um Lula cada vez mais à frente de Bolsonaro. O medo, na verdade, é com a possibilidade de gerar uma onda, o que seria péssimo para Bolsonaro. Mas no Planalto, para os otimistas, o presidente – com a caneta – ainda pode fazer muita coisa.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília