O Palácio do Planalto está convencido de que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que mantinha uma proximidade com o governo federal, mudou de comportamento nos últimos tempos. O gesto foi entendido pelo núcleo da campanha à reeleição como uma tentativa de se afastar dele, deixando dúvidas sobre a possibilidade de Bolsonaro ter um palanque confiável no Estado. A solução encontrada pela campanha foi ajudar a inflar a candidatura do senador Carlos Viana (PL) ao governo. Interlocutores do presidente detectaram que se Bolsonaro declarar apoio a ele, muitos votos bolsonaristas que estão com Zema seriam transferidos para Viana. Hoje, Viana aparece em terceiro lugar nas pesquisas com 9%, contra 41% de Zema e 30% do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que fechou apoio ao ex-presidente Lula. As projeções que o Planalto dispõe apontam que esses 9% de Viana poderiam dobrar com o apoio de Bolsonaro, o que poderia atrapalhar os planos de reeleição de Zema. O atual governador de Minas não quer ir para um segundo turno com Kalil para não reproduzir no Estado o embate nacional entre Bolsonaro e Lula, que pode levá-lo à derrota. Apesar do afastamento, integrantes da equipe de coordenação da campanha de Bolsonaro, entre eles o senador Flávio Bolsonaro, ainda insistem na aliança com o governador mineiro, por entenderem que ela seria benéfica para os dois. Flávio fez pelo menos duas viagens ao Estado para tentar negociar e poderá voltar lá.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília