Claudio Cajado, antigo relator do arcabouço fiscal na Câmara, expressou na tarde desta quarta-feira o sentimento de desconfiança do Congresso com o governo. Em audiência da CMO com a ministra Simone Tebet, o deputado questionou se vale a pena votar o PLP da Reforma Tributária em julho se novas medidas poderão vir em agosto. Também questionou de onde vem o otimismo do governo, se os números apresentados na LDO são realistas e se o governo vai mesmo separar a política de salário-mínimo da previdência. Em tom de aperto, Cajado apontou que os indicadores não representam as expectativas do Parlamento quando da aprovação do arcabouço e que “nós fizemos nossa parte”. “Cadê o corte de gastos?”, cobrou, alegando que o governo não demonstra esse compromisso. A ministra do Planejamento reiterou o compromisso com a meta zero e a busca por fontes de receitas. Tebet atacou a política de vinculação e as renúncias fiscais, destacou que a equipe econômica está trabalhando na revisão de gastos “em todas as frentes” e citou o crescimento das despesas previdenciárias, além dos pisos da saúde e educação. A ministra também disse que a busca por soluções é uma corresponsabilidade com o Congresso, mesmo discurso do colega Fernando Haddad.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Roque de Sá/Agência Senado