Na mensagem divulgada no Relatório da Administração 2023, com direito a foto, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, utiliza palavras-chaves para descrever o momento pelo qual passa a empresa, ressaltando sua atuação.
Prates diz que “estamos construindo uma Petrobras mais sólida e mais resiliente” e afirma que o plano estratégico da companhia é coerente e pautado “pelo realismo, pela responsabilidade e pela transparência”.
Sobre a polêmica a respeito dos dividendos, o presidente da Petrobras destaca que os valores propostos de 2023 de R$ 72,4 bilhões “se revertem sobretudo para a sociedade brasileira”.
Prates faz a divulgação de sua mensagem como uma prestação de contas principalmente para o próprio governo, mostrando resultados importantes da empresa na sua gestão, e procurando calar os críticos que querem sua cabeça. Até quando permanecerá no cargo é uma incógnita.
Argumentos – Na mesma entrevista em que confirmou meta zero para 2025 e salário-mínimo de R$ 1.502, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse que se posicionou com argumentos “técnicos, racionais e com dados” ao presidente Lula diante do impasse sobre a permanência de Prates à frente da Petrobras.
Na quarta-feira da semana passada, o BAF informou que a permanência do petista na estatal era dada como uma vitória de Haddad por líderes do governo no Parlamento. No mesmo dia, o BAF destacou também que a tendência era Lula exigir do presidente da Petrobras o barateamento do preço do combustível, na mesma narrativa adotada pelo ministro Alexandre Silveira (MME).
À Globonews, Haddad não tratou da questão do pagamento dos dividendos, disse apenas que era uma conta que cabia à diretoria da Petrobras.
Chico de Gois e Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Pedro França, Agência Senado