A assembleia da CCEE, realizada ontem, elegeu para o conselho de administração da entidade um nome político indicado pelo MME e que não estava no radar. Vital do Rêgo Neto foi eleito na vaga indicada pelas distribuidoras, no lugar de Marco Delgado, que era tido como uma opção de recondução ao cargo e tinha longa trajetória no segmento de distribuição, tendo trabalhado na associação das empresas, a Abradee. O fato de Vital do Rêgo, um indicado pelo governo federal, ter sido o escolhido pelas distribuidoras pode ser um indicativo da sensibilidade que essas empresas vivem atualmente, aguardando novas regras do MME para a renovação das concessões e pressionadas por melhor qualidade de serviço. A percepção entre os agentes do setor elétrico é de que o MME aprofundou sua influência sobre a CCEE, uma entidade que deveria ser estritamente técnica. Efeitos desse movimento, que vem se aprofundando na última década e ocorre também no ONS – e são fatores que ajudam a bagunçar ainda mais o setor elétrico – retiram a tecnicidade das decisões em prol de concessões políticas.
Flávia Pierry – Direto de São Paulo
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