O clima quente presenciado na reunião da diretoria colegiada da Aneel na semana passada (com Fernando Mosna afirmando que MME errou conta de MP e apontando que o erro seria do secretário indicado a compor a diretoria da agência) agora chega na ANA e pode atrapalhar processos importantes, como a definição da outorga de Belo Monte.
A diretoria colegiada da agência de águas tem duas vagas preenchidas por substitutos, aguardando nomeação. Das três ocupadas por nomes aprovados no Senado, duas são vistas como completamente políticas e sem capacidade técnica, que estaria dificultando o processo decisório na agência. Exemplo disso foi um pedido de vistas de uma exoneração, a pedido da diretora-presidente, Verônica Rios, pelo diretor Filipe Sampaio.
Também têm atrapalhado as decisões colegiadas casos como mudança de votos durante a reunião por parte da diretora Ana Carolina Argolo de Castro. Os dois diretores são nomes indicados durante a gestão Bolsonaro: Sampaio é irmão de Marcelo Sampaio, ex-ministro de Infraestrutura e atual diretor na Vale, e Ana Carolina é indicada pelo senador Ciro Nogueira.
A tensão promete escalar, já que o mandato de Sampaio termina em janeiro e caberá ao governo indicar seu substituto, além das duas vagas atualmente ocupadas interinamente.
Equipe BAF – Direto de São Paulo
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