A expectativa de que os preços de eletricidade devem subir no segundo semestre do ano – com possibilidade de seca e picos de calor – devem ser mais um fator a dificultar a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste ano, com pressão inflacionária e por seus efeitos na percepção de satisfação do eleitorado quando a conta de luz sobe. Com reservatórios em sinal amarelo, o ONS já antevê despacho fora da ordem de mérito em agosto, o que pode refletir aumento da conta de luz, seja pela adesão à bandeira tarifária amarela ou vermelha, seja pelo aumento das tarifas dos consumidores regulados nas revisões ordinárias, já que despachos térmicos chegam às tarifas em torno de dois meses após seu início, pela parcela A, nas revisões ordinárias. O calor tem gerado recordes sucessivos de carga, demandando cada vez mais potência e energia despachável para os horários de pico. Na sexta-feira (15), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) identificou, às 14h37, um novo recorde na demanda instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), com 102.478 MW no pico e recorde de carga média de 91.338 MWmed. O recorde anterior de pico era de 101.860 MW, em 7 de fevereiro. O custo marginal de operação ainda está perto de zero, mas já deu sinais, chegando a R$0,06/MWh na semana passada. Nos próximos meses, será importante identificar a movimentação da bandeira tarifária, definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que segue verde há 23 meses.
Flávia Pierry – Direto de Brasília
Foto: Ascom