O governo de Jair Bolsonaro fez os movimentos políticos necessários para avançar na agenda de privatizações do ministro Paulo Guedes. Pagou um preço e pode dizer que a venda do controle da Eletrobras é realidade. Custou caro, mas os parlamentares sempre cobram um capital político relevante para aprovar projetos do Executivo. No caso da Eletrobras, o insuspeito senador Tasso Jeireissati (PSDB-SP), criticou o texto do projeto de conversão em lei da Medida Provisória que autorizava a privatização da empresa. Em 17 de junho de 2021, o senador tucano disse que aprovaram um monstro e que não defendia a privatização da Eletrobras a qualquer preço. Os críticos afirmaram naquele momento que os lobbies das usinas térmicas e dos gasodutos venceram, impondo reservas de mercado que vão onerar os custos dos consumidores cativos de energia elétrica. Se Bolsonaro for reeleito, a aposta é a de que a privatização da Petrobras tem mais chances de avançar. Se na venda do controle da Eletrobras o preço pago foi alto, qual será o custo da privatização da gigante estatal do petróleo? O controle do orçamento pelo Centrão, certamente, não será um limite.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília