Estão avançadas as conversações para que o ministro da Defesa, general Braga Netto, ingresse no PL. A princípio, a ideia era de que ele poderia ir para outro partido, Republicanos ou o PP, para que não se formasse a chamada chapa puro sangue. Mas ontem, quando Bolsonaro enterrou as últimas esperanças do Centrão em indicar um político para o cargo, as conversas com o PL caminharam mais um pouco. Bolsonaro fez questão de anunciar que “vice não é para ajudar a ganhar a eleição, é para ajudar a governar o Brasil porque ganhar eleição é menos difícil do que governar”. E, resumiu: “eu tenho de ter um vice que não tenha ambições de assumir a minha cadeira ao longo do meu mandato”. Em seguida, Bolsonaro avisou que seu vice nasceu em Belo Horizonte e cursou colégio militar. No fim do dia, durante as comemorações do aniversário de presidente no Planalto, Braga Netto já estava sendo aclamado pelos demais ministros como o vice de Bolsonaro. Diante dos novos sinais, o núcleo de campanha se apressou em adiantar os entendimentos com o PL. A avaliação é de que as conversas com a legenda são menos burocráticas e envolvem menos negociações. A data da filiação, no entanto, ainda não está fechada. Mas ela só ocorrerá depois de Braga Netto deixar o Ministério da Defesa, a princípio, dia 30, mas podendo ser dia 31 de março, para que ele possa conduzir alguma comemoração do “aniversário da revolução de 64”, embora ele e o presidente estejam sendo desaconselhados a fazer defesa da data.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília