O Projeto de Lei que será enviado pelo Judiciário solicitando a aprovação de reajuste de 18% para ministros e servidores tende a enfrentar alguma resistência inicial no Congresso, mas ao final pode até servir de “inspiração” para que os parlamentares aproveitem o embalo e aprovem um Projeto de Decreto Legislativo reajustando os próprios salários. Os magistrados terão de encarar primeiro as barreiras da bancada que se esforçou nos últimos anos para aprovar propostas que limitam o poder do STF e do grupo que liderou a aprovação na Câmara do projeto que acaba com os supersalários. Os deputados estão irritados com o projeto engavetado no Senado. “E agora, eles querem esse reajuste no meio de uma crise econômica. Com o aumento e sem a votação do projeto que barra os supersalários, a farra com o dinheiro público vai aumentar”, criticou em nota o relator do projeto na Câmara, Rubens Bueno (Cidadania/PR). O governo ainda não se posicionou oficialmente sobre o impacto financeiro da medida. A última vez que o Congresso se debruçou sobre um pedido de aumento do Judiciário foi em 2015 e o projeto se arrastou por três anos até ser sancionado pela Presidência da República. A menos que não se aprove um requerimento de urgência, a matéria deverá passar por pelo menos três comissões na Câmara: Constituição e Justiça, Trabalho e Finanças e Tributação. Aprovado na Casa, o PL seguirá para o Senado, onde também passará por comissão temática, mas tende a contar com a boa vontade de Rodrigo Pacheco.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília