Apesar de a equipe do presidente eleito já estar pensando na transição e se especule que Geraldo Alckmin coordenará o grupo, pelo lado de Jair Bolsonaro não há nenhuma pressa no início desses trabalhos. Uma lei editada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em dezembro de 2002, e um decreto de 2010, do próprio Lula, tratam das regras da transição. A legislação diz que o ministro da Casa Civil, que é Ciro Nogueira, faz a coordenação dos trabalhos relacionados ao processo de transição governamental. Caberá também à Casa Civil criar e assinar a nomeação das pessoas que serão escolhidas para os 50 cargos que serão criados para transição. Compete ainda à Casa Civil disponibilizar ao presidente e vice local, infraestrutura e apoio administrativo necessários ao desempenho de suas atividades. Houve sugestão de que o candidato a vice de Bolsonaro, general Braga Neto, fosse responsável, pelo lado do Planalto, na transição. Só que no momento ele está fora do governo. Fala-se também que a operacionalização da transição poderá ser executada pelo secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas Assunção. Mas o fato é que o presidente nem cogita, pelo menos agora, tratar desse assunto. Pela lei, a equipe atual de governo deve facilitar as informações seja sobre orçamento, programas ou qualquer questão de interesse especial de quem está entrando. A transição de Temer para Bolsonaro foi feita no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil -, em Brasília, com transparência total. Até o CCBB também foi usado entre o governo FHC e Lula, assim como abrigou Dilma Rousseff quando foi eleita presidente.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília
Foto: Sergio Lima, Poder 360