A equipe de transição desencadeou uma verdadeira operação de guerra para tentar restabelecer pontes com as Forças Armadas e conversar com ex-comandantes e antigos ministros. Uma das dificuldades de nomeação dos integrantes do GT da Defesa é que os generais, almirantes e brigadeiros preferem colaborar apenas informalmente, nada que lhes obrigue a participar de reuniões de um grupo de trabalho no CCBB ou que, de certa maneira, os vincule diretamente ao próximo governo. No geral, os militares têm resistências a Lula, mas o petista será o próximo comandante em chefe das Forças Armadas e, como tal, receberá a continência de todos, sem questionamentos. Neste momento é muito mais importante para o governo de transição mostrar que conta com o apoio da Forças Armadas e por isso não tem poupado esforços para montar essa equipe. Esse GT é mais de interesse do PT do que dos militares, ainda mais que, até 31 de dezembro, Bolsonaro continua sendo o comandante de todos. Essa divisão os deixaria em uma situação extremamente desconfortável porque, na prática, a presença de militares – ainda que da reserva – nesses grupos serviria apenas para mostrar para o público externo que o governo Lula tem conseguido derrubar as barreiras na caserna. Nesta sexta-feira, em São Paulo, o assunto deve ser tratado com Lula e integrantes da equipe de transição, mas não está definido se o martelo sobre o grupo será batido hoje.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília
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