A novela sobre como será e quem vai comandar o Ministério do Planejamento continua sem um desfecho. Fontes da transição dizem que a ideia prevalecente hoje é desmembrar a pasta em Orçamento e Gestão, mas admitem que o desenho pode mudar enquanto Lula não anunciar sua decisão. O fato é que não há definição. Hoje agências de notícias e a Folha de S. Paulo especularam o nome de Renan Filho (MDB). A direção do partido não foi informada sobre o assunto. Emedebistas argumentam que a especulação vai no sentido contrário do que o partido quer: ministérios que “entreguem” e possam ser usados para ação política, como Cidades e Integração Nacional. Além disso, lembram que o Planejamento é responsável pela execução orçamentária e isso colocaria frente a frente os adversários Renan Calheiros e Artur Lira pois seria na porta de Renan Filho que Lira teria que bater para cobrar a execução de emendas parlamentares. Outro nome cogitado é o de Wellington Dias, mas fontes da direção do PT dizem que ele prefere uma pasta “fim”, ou seja, que tenha atuação na ponta, junto ao eleitorado. Diante das dificuldades enfrentadas por Lula para compor uma base parlamentar e aprovar a PEC da Transição, a ideia de usar o Planejamento para acomodar um nome simpático ao mercado como contrapeso à escolha de Haddad para a Fazenda parece ter sido abandonada.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: Ailton Freitas, Agência O Globo