Líderes petistas e aliados de Lula avaliam que o presidente diplomado optou por fortalecer o PT e fazer alianças pragmáticas com setores do Centrão na montagem do governo. Para petistas experientes, ao ceder aos apelos da direção do PT e se recusar a dar o Ministério do Desenvolvimento Social a Simone Tebet, Lula vai tomar posse sem o apoio de setores não petistas que apoiaram sua candidatura. Embora não acrescente apoios no Congresso, Tebet tem grande importância simbólica. Na prática, sua exclusão significa o enterro da frente ampla que elegeu o petista, apesar da manutenção de Marina Silva. Outro sinal disso é a exclusão de Marco Aurélio Carvalho, do Prerrogativas. Petistas preveem que isso se reflita nas pesquisas de opinião. Por outro lado, Gleisi Hoffmann sai muito fortalecida. Embora tenha ficado fora do ministério, aliados apontam a influência de Gleisi nas escolhas de Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Marcio Macedo (Secretaria Geral), Paulo Teixeira (Comunicações) e Paulo Pimenta (Secom). Dirigentes petistas, principalmente de correntes minoritárias, dizem que as indicações atendem à Gleisi, não ao partido. Para correligionários de Lula, o processo de escolha dos ministros foi marcado por improvisos e falhas no método. Nomes indicados não foram checados previamente, convites foram feitos sem o presidente eleito ter a certeza de que seriam aceitos, além das muitas idas e vindas, como no caso de André Quintão, que foi “desconvidado” a assumir o Desenvolvimento Social.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: Carlos Costa, AFP