Auxiliares próximos de Lula admitem que o presidente eleito está tendo dificuldades além do esperado para montar o gabinete. Isso explica os sucessivos adiamentos e a necessidade de criar ou desmembrar ministérios. Ontem, em entrevista à Globonews, Gleisi Hoffmann disse que o número pode chegar a 36. Um aliado usou a seguinte analogia: “você tem 22 pães, corta todos na metade e diz que tem 44 pães”. Uma das explicações é o tamanho da coligação que elegeu Lula, com 12 partidos, a maior de todas as eleições que o PT disputou, sem contar novos possíveis aliados, como MDB, UB e PSD. Outra é a fragmentação partidária. Lula não sabe se os partidos com os quais está negociando vão entregar os votos que prometem. Além disso o presidente eleito tem que contemplar personalidades como Simone Tebet, setores da sociedade civil e dar diversidade de gênero e raça ao gabinete. Sem contar a voracidade do PT. O resultado é que o governo não tem até agora uma cara e muito menos uma base de apoio no Congresso.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: Rafaela Feliciano, Metrópoles