Jean Paul Prates era considerado o nome mais certeiro para assumir o comando da Petrobras após a vitória de Lula. O senador petista tem experiência no setor de óleo e gás e consegue um bom diálogo com o núcleo do presidente eleito com entrada no mercado. Tem defendido mudanças na política de preços da Petrobras, mas deixando claro que quer fugir de tabelamento de preços praticado por Dilma Rousseff em anos anteriores. Mesmo assim, tem enfrentado fritura do seu nome. E boa parte de integrantes do próprio partido. Alguns defendem, reservadamente, que o senador não possa assumir a estatal por conta da legislação, que impede indicados ao conselho que tenham participado da estrutura de partido político ou campanha eleitoral. Há dúvidas sobre a aplicabilidade da norma, já que Jean Paul foi candidato à suplência numa chapa ao Senado e não da campanha oficial de Lula. Seria um pretexto para dar o espaço a outro grupo político, segundo interlocutores do senador. Se ocorrer, a recusa do nome de Jean Paul será política, não jurídica. Jean Paul viaja na comitiva de Lula à COP27 e deve destacar o potencial que o Brasil e a Petrobras podem ter ao elevar investimentos em transição e descarbonização da matriz energética, ambos objetivos integrados da campanha de Lula na área ambiental.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Alessandro Dantas