A indefinição sobre os nomes do primeiro escalão do governo Lula respinga em outras estruturas do Executivo federal, como a Conab, empresa pública responsável pela política de abastecimento. Durante a campanha, Lula defendeu a recomposição dos estoques públicos de grãos para garantir a oferta de alimentos. Neste cenário, a Conab ganha importância e pode ter o deputado Neri Geller como presidente. Desde o resultado da eleição, Geller está na lista de cotados para o Ministério da Agricultura, ao lado dos senadores Kátia Abreu e Carlos Fávaro. Nos últimos dias, o nome do ex-deputado Nilson Leitão começou a ser citado para a Agricultura. Ao longo dos últimos anos, Leitão se aproximou do bolsonarismo e a escolha, se confirmada, desagrada aqueles que fizeram campanha por Lula em meio ao movimento do agronegócio pela reeleição de Bolsonaro. Por outro lado, Leitão tentaria ampliar o diálogo com um setor que resiste ao governo do PT. Leitão preside o Instituto Pensar Agropecuária e é ligado ao vice-presidente eleito. Dos quatro nomes, o da senadora é o que mais encontra resistência entre os ruralistas, em especial porque, na visão do setor, ela não se esforçou para levar a voto o projeto de licenciamento ambiental, prioridade para o campo.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Adriano Machado, Reuters