A tramitação paralela de duas importantes propostas no Congresso vai exigir do governo Lula um apoio parlamentar que não está consolidado. O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que a nova âncora fiscal que substituirá o teto de gastos será apresentada no ano que vem, mas a Reforma Tributária pode caminhar paralelamente. O presidente Lula ressaltou que vai continuar conversando com o presidente da Câmara e com líderes dos partidos para aprovar a PEC da Transição, sinal de que vai usar seu capital político para obter acordos. Ele voltou a afirmar que o orçamento secreto vai ser julgado pelo STF, mas reconheceu a legitimidade das emendas individuais. Lula tem de construir sua base de apoio no Congresso e, no primeiro momento, deixou o caminho livre para a reeleição de Arthur Lira à presidência da Câmara. Lula e Haddad serão os interlocutores dos grandes acordos que interessam ao governo no Congresso, mas poderão ser ajudados por um ministro do Planejamento que tenha habilidade política para ouvir deputados, senadores, governadores e prefeitos.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Pedro Ladeira, Folhapress