Entre as críticas que circulam no Congresso ao governo de transição está à quantidade de pessoas nos grupos de trabalho. Para os experientes parlamentares do Centrão, “há muita gente amontoada” no CCBB, o que não contribui para que as discussões evoluam. “Quem tem muito interlocutor, não tem interlocutor”, observou um deputado do União Brasil. Em especial na Câmara, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin ainda não agregou na articulação política e nomes ligados ao governo Dilma Rousseff (como Mercadante) também não ajudam nessa aproximação. No futuro, há quem aponte Aguinaldo Ribeiro como um bom nome para liderar o governo na Câmara, mas outros consideram que o PT não abrirá mão do posto e deve indicar José Guimarães. O Centrão ainda não foi chamado formalmente para conversar. O Republicanos se colocou como “independente”, mas tem tudo para votar com o novo governo. No PP, um ex-líder da bancada acredita que aproximadamente 30 deputados embarcarão na base aliada de Lula. Já no PL só não deve virar governista quem for bolsonarista raiz. Os mais otimistas enxergam uma base governista no futuro com 350 deputados, a depender se Lula fechar 2023 ofertando emprego e comida para a população mais carente.
Daiene Cardoso e Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Lula Marques