Em entrevista ao Valor Econômico, Arthur Lira disse que sua intenção é votar a nova regra fiscal em 15 dias já no próximo mês, diretamente no plenário. O texto do governo deve ser apresentado formalmente após a viagem de Lula à China. O rito célere segue o padrão “trator” do presidente da Câmara e, se confirmado, será mais uma demonstração de força do pepista. Sobre a Reforma Tributária, Lira confirma que neste momento ela ficará em segundo plano, mas também indica a possibilidade de o assunto ser liquidado no primeiro semestre na Casa. Nesta semana, o ministro Rui Costa (Casa) vislumbrou a reforma aprovada no segundo semestre. Diferentemente do discurso de dias atrás, o deputado agora minimizou o fato de o governo Lula não ter base aliada consolidada ainda. A sinalização é de que o empenho pessoal do presidente da Câmara é boa parte da garantia de aprovação da PEC 45. Segundo Lira, “está perfeitamente tranquilo aprovar” porque “todo mundo quer”, apesar dos entraves que virão. Como quem tem o controle absoluto sobre o jogo legislativo, Lira avisa que se uma decisão judicial determinar a volta da análise das MPs pelo rito descrito hoje pela Constituição, a Câmara pode deixar de indicar membros para a comissão mista e atrapalhar a tramitação. O impasse sobre a votação das MPs segue com a corda esticada.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados