Começa hoje na Câmara a segunda era de Arthur Lira como presidente da Casa. O deputado alagoano foi eleito com o voto de 464 deputados. Após uma ampla aliança, cuja costura começou antes mesmo das eleições presidenciais, Lira bateu o recorde de 434 votos do petista João Paulo Cunha e de Ibsen Pinheiro. Essa era a única meta do dia. Como não teria a menor chance de batê-lo, o governo Lula se rendeu à candidatura de Lira e terá de lidar com ele nos próximos dois anos. O PT aprendeu, a duras penas, a lição deixada por Severino Cavalcanti. Empoderado hoje, mesmo após o fim da RP9, Lira vem dando sinais de boa vontade ao governo, mas não tardará a mostrar os limites da relação. Em seu discurso após a vitória, o presidente reeleito se mostrou alinhado aos demais Poderes na defesa da democracia e disse que “não há espaço para quem atenta contra os Poderes”. Ele avisou também que a Casa não vai referendar discursos antidemocráticos. Lira atacou a criminalização da política, criticou a usurpação de prerrogativas e a judicialização e declarou que o “Legislativo é sim o Poder Moderador”. O deputado disse que é hora de refazer os laços e “desinflamar o Brasil”.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Pablo Valadares, Agência Senado