Os políticos são eleitos para fazer alguma coisa. A representação popular é nobre na democracia, mas, por outro lado, tem suas armadilhas. Assim é a vida de parlamentares, prefeitos, governadores e do presidente. Eles são reféns da expressão “horror ao vazio”. Isso significa que o impulso permanente é o de fazer alguma coisa, reagir aos fatos ou prevenir crises. Em determinadas situações, os políticos são aconselhados a fazer nada porque sóbrios conselheiros assim recomendam baseados em evidências, números, séries históricas, experiências fracassadas etc. A dinâmica da eleição deste ano jogou no colo dos governadores a ingrata missão de convencer deputados, senadores e seus eleitores que não adianta nada reduzir o ICMS dos combustíveis. Fracassaram com os deputados e muito provavelmente vão fracassar com seus eleitores, cansados de pagar altos e crescentes preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Resta a tábua de salvação dos senadores, mas o jogo é cruel. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acaba de publicar um comentário no Twitter afirmando que “fazer nada não é uma opção”.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília